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Macapá

Acidentes com animais peçonhentos

Espécies venenosas

O Amapá News | 20/06/2024

Acidentes com animais peçonhentos Médico-veterinário Airton Araújo, da SVS, disse que o maior número de acidentes é provocado por serpentes e escorpiões

Aconteceu durante dois dias a capacitação de médicos e enfermeiros para melhorar o atendimento a vítimas de acidentes com animais peçonhentos. Foram trabalhados os temas sobre identificação dos animais, dos sintomas e dos ocorridos com os acidentados. O treinamento coordenado pela Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS) ocorreu no Museu Sacaca.
O médico-veterinário Airton Araújo, da SVS, disse que o maior número de acidentes é provocado por serpentes (70%) seguido pelos escorpiões. As serpentes venenosas encontradas no Amapá são: jararaca, surucucu pico-de-jaca, cascavel e coral. Dessas, a causadora do maior número de casos é a jararaca (86%), também conhecida como comboia, que possui grande potencial em se adaptar ao meio urbano, podendo ser encontrada em córregos e terrenos baldios. A surucucu, por sua vez, pode chegar a até quatro metros, sendo encontrada em áreas preservadas. A cascavel é encontrada no cerrado.
A aranha venenosa mais comum é a armadeira, sendo a única com descrição no Estado que possui veneno poderoso, o qual pode provocar efeitos graves em humanos, similar aos acidentes por jararaca. “Há relatos de aranha-marrom no Amapá, mas ainda não encontrei descrição dela. Portanto, cientificamente, só temos a armadeira”, frisou Airton.
Os profissionais da área conseguem identificar os animais que fizeram vítimas através dos sinais clínicos apresentados. Nos acidentes com surucucu pico-de-jaca, os acidentados são acometidos por diarreia e cólicas intestinais. Nos casos com jararaca, as vítimas sofrem problemas de coagulopatia (doenças hemorrágicas). O acidente com cascavel causa face miastenia  (falha de comunicação entre os nervos e os músculos, provocando fadiga e fraqueza muscular em diversas regiões do corpo).
“Cada acidente possui sinais clínicos específicos. Capacitando os profissionais da saúde se tem maior facilidade para identificar e registrar o soro correto, pois são específicos”, comentou Airton Araújo. 
Cuidados

No momento em que ocorre o acidente, a pessoa tem que lavar a ferida para evitar infecções, não deve fazer garrote porque vai impedir que o veneno se dilua. O garrote concentra o veneno, correndo risco de se perder um dedo por necrose, por exemplo. Já quando o veneno dilui, permite que o organismo tente reagir enquanto a pessoa ganha tempo para se deslocar a uma unidade de saúde.

 Texto e Foto: Jorge Cesar