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Esporte

Isaquias se recuperou do 4º lugar após apoio das redes sociais: "Vou vomitar sangue pelo ouro"

Baiano diz que esperava mensagens do ódio após ficar fora do pódio em Tóquio com Jacky Godmann no C2 1000m, mas só recebeu palavras de carinho; ele foi o melhor das eliminatórias do C1 1000m

O Amapá News | 06/08/2021

Isaquias se recuperou do 4º lugar após apoio das redes sociais: Isaquias Queiroz nas eliminatórias do C1 1000m — Foto: Adam Pretty/Getty Images

Ao término da final do C2 1000m, na terça-feira, Isaquias Queiroz estava esgotado e amargurado. Pela primeira vez, saía de uma decisão por medalhas em Olimpíadas de mãos a abanar. Ao lado de Jacky Godmann, finalizou a prova na quarta posição, atrás de Cuba (ouro), China (prata) e Alemanha (bronze). Foi difícil digerir.

- Quem me ajudou foi minha família, meu filho, minha mãe e meus irmãos - comentou.

Outro apoio importante veio de onde ele menos esperava: o público, tão afeito a julgamentos nas redes sociais. Isaquias contou que esperava por uma condenação geral por ter ficado sem medalha, mas recebeu carinho.

- Eu recebi mais 40 mil comentários: "guerreiro", "você foi bravo", coisas assim. Não recebi nenhuma mensagem de ódio, nada, de nenhuma pessoa do Brasil. Então, isso acabou dando a um ânimo a mais. Quando cheguei no apartamento [na Vila Olímpica] percebi que não perdemos porque o Jacky é novo, mas porque o nosso adversário foi melhor. Eu acabei ficando feliz. Depois, a gente veio aqui ontem [quinta-feira], treinamos aqui na raia e hoje fiz uma ótima eliminatória - afirmou.

Ele se referia à sua estreia individual nos Jogos. Nesta sexta-feira pela manhã (noite de quinta no Brasil), o triplo medalhista olímpico (duas pratas e um bronze) avançou diretamente para a semifinal ao vencer sua bateria no C1 1000m com o tempo de 3m59s894 - o melhor entre todos os tempos das cinco baterias. Os dois primeiros colocados entre os sete canoístas da segunda de cinco baterias garantiam a classificação antecipada.

A fase semifinal do C1 1000m acontece na noite de sexta-feira (de Brasília), com duas baterias, às 21h44 e 21h52 (de Brasília). Na mesma noite, às 23h53 (de Brasília), será realizada a final, que vale medalhas.

- Vou vomitar sangue para conseguir o ouro. Vou dar meus 100% e deixar tudo na canoa - disse.

O baiano não quer voltar para o Brasil de mãos abanando.

Por Paulo Roberto Conde — Tóquio, Japão